A vida e o mar



Às vezes a vida é um mar de rosas
banhado de sangue
Outras vezes é apenas um mar aberto
Ou um simples rio que corre para o mar

Uma coisa é certa:
Eu me perdi na correnteza
E não vejo ninguém na orla
Nem barcos salva-vidas em minha direção

A água é salgada
e já penetra meu ser
Sinto o gosto da morte nos lábios
e não há clamor que chegue aos céus
O barulho das ondas é mais forte

Já é noite e eu não vejo nenhuma luz
A escuridão me envolve de tal forma
que perco a esperança de ver o amanhecer
Estou sozinho, perdido...

Sinto o cheiro de abandono,
Uma onda de tristeza e desprezo
Meus gritos são abafados pelas ondas
Não há um só que me escute
E quem poderia talvez me ignore

Paro de me debater
é perda de tempo...
O mar me sangra como uma navalha
E tudo que era sonho

deixou de ser no fundo do mar

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